Falar com animais de estimação como se fossem humanos é um hábito comum entre tutores e está longe de ser algo bobo ou sem propósito.
Segundo a psicóloga Cibele Santos, essa prática de conversar com os pets revela não apenas afeto, mas também necessidades emocionais profundas que muitas vezes não são verbalizadas no convívio com outras pessoas.
Entenda o que diz a psicologia:
- Conversar com pets pode aliviar a solidão e reduzir o estresse.
- O tom de voz e o tipo de linguagem expressam carinho e proteção.
- Pets atuam como mediadores sociais e facilitadores de conexão humana.
- A prática reforça o vínculo e promove saúde mental ao tutor.
- Humanizar o pet exige cuidado responsável e consciente.
A psicóloga explica que esse comportamento é instintivo e, muitas vezes, automático: “Falamos com os pets como se fossem gente porque, emocionalmente, eles ocupam um lugar semelhante. Para muitos, os animais são membros da família e essa comunicação afetiva reforça esse papel.”
“É uma maneira de projetar sentimentos e, ao mesmo tempo, de se sentir ouvido em espaço seguro”, salienta Cibele. Ela observa que, especialmente para pessoas que vivem sozinhas ou enfrentam rotinas estressantes, os pets se tornam confidentes silenciosos e falar com eles é um alívio emocional.
Quando os pets escutam com o coração
Segundo a especialista, mesmo sem compreender as palavras, os animais reagem à entonação, ao olhar e ao gesto. Isso cria uma troca que vai além da linguagem verbal. Usar palavras carinhosas, fazer perguntas ou contar o que aconteceu no dia são formas de demonstrar afeto e também de receber conforto.
Ainda de acordo com Cibele, estudos revelam que conversar com os animais traz benefícios significativos: ajuda a reduzir os níveis de ansiedade, melhora o humor e cria uma sensação de pertencimento. Em momentos de tristeza ou solidão, a simples presença do pet e a conversa com ele funcionam como um suporte emocional.
Vínculo que transborda
A relação com os animais também pode impactar o convívio social. Cibele Santos destaca que muitos tutores relatam sentir mais facilidade para interagir com outras pessoas quando estão acompanhados de seus pets. Seja em praças, clínicas ou até nas redes sociais, os animais abrem caminhos para novas conexões humanas.
Comunicação que estimula e transforma
De acordo com Cibele, falar com animais ativa regiões do cérebro ligadas à empatia, à criatividade e à resolução de problemas. Essa prática estimula não apenas o lado emocional, como também o cognitivo, já que o tutor muitas vezes precisa interpretar sinais e adaptar sua linguagem.
Esse hábito favorece também a criação de um ambiente seguro e acolhedor para o animal, reforçando a confiança e o bem-estar mútuo.
Humanizar com responsabilidade
A humanização no trato com os pets, no entanto, vai além da fala. “Envolve oferecer cuidados físicos e emocionais compatíveis com as necessidades reais do animal. Tratar o pet como parte da família implica entender seus limites, respeitar suas características e garantir qualidade de vida”, encerra a psicóloga.
Fonte: Metrópoles
Imagem: Canva