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Como a IA está mudando a forma de cuidar dos pets no Brasil

28 de Agosto, 2025 Como a IA está mudando a forma de cuidar dos pets no Brasil

O setor pet no Brasil, terceiro maior do mundo segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), vive uma revolução tecnológica que vai muito além da venda de rações e brinquedos. Aplicativos, inteligência artificial (IA), coleiras inteligentes e plataformas de monitoramento estão transformando a relação entre tutores e animais e a forma como clínicas e empresas prestam serviços de saúde e bem-estar.

Segundo o Censo Pet IPB 2022, o país tem cerca de 149,6 milhões de animais de estimação. Esse contingente movimentou R$ 60 bilhões em 2023, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Dentro desse valor, os serviços são o segmento que mais cresce, impulsionados por tutores que tratam seus pets como membros da família.

Mercado em ascensão global

Um levantamento da TGM Research mostra que o mercado global de “Pet Tech” movimentou US$ 10,5 bilhões em 2023 e deve crescer, em média, 13,5% ao ano até 2032. Entre as soluções em destaque estão aplicativos de agendamento, câmeras com comunicação remota, coleiras com sensores de saúde e ferramentas de IA para personalização de alimentação e adestramento.

“A tecnologia aproxima, facilita e torna o cuidado mais preciso. Quem adota essas soluções percebe impactos reais não apenas na saúde física dos animais, mas também no equilíbrio emocional deles”, afirma André Faim, empreendedor e cofundador da rede Lobbo Hotels e da plataforma Trabalhe pra Cachorro.

Clínicas digitais e telemedicina

A transformação chegou também aos serviços veterinários. Ainda segundo Faim, clínicas adotaram prontuários eletrônicos, triagem por telemedicina e sistemas de agendamento integrados. As ferramentas reduzem falhas, melhoram a gestão e ajudam a prevenir doenças.

De acordo com o IBGE, o número de micro e pequenas empresas formais no setor pet cresceu 35% entre 2020 e 2023, muitas delas já nascidas digitais, oferecendo desde consultas online até delivery de alimentação natural.

Wearables e monitoramento em tempo real

“Coleiras inteligentes e dispositivos vestíveis monitoram batimentos cardíacos, temperatura, padrões de sono e níveis de atividade. Os dados são enviados em tempo real para aplicativos que alertam os tutores sobre alterações de saúde ou comportamento”, conta Faim.

Um estudo da American Veterinary Medical Association (AVMA) mostra que o uso de ferramentas digitais aumenta em 32% a chance de diagnósticos precoces, reduzindo custos com tratamento e aumentando a expectativa de vida dos pets.

Além disso, startups brasileiras já oferecem dietas personalizadas com base em dados como raça, idade, peso e condições médicas. Os algoritmos sugerem cardápios, suplementos funcionais e até controlam a ingestão calórica, reforçando o conceito de nutrição preventiva.

Apesar do avanço, a tecnologia ainda enfrenta barreiras, como a falta de qualificação profissional e problemas de conectividade em áreas periféricas.

“Não basta digitalizar. É preciso treinar as equipes e garantir que o uso da tecnologia esteja a serviço da saúde animal, e não apenas da automação operacional”, ressalta André Faim.

“Com personalização, dados em tempo real e serviços digitais, o mercado pet brasileiro entra definitivamente na era tecnológica. A revolução, que já movimenta bilhões, promete oferecer mais qualidade de vida para os animais e praticidade para os tutores — em um setor que late, mia e agora também responde por comando de voz.”


Fonte: Terra

Imagem: Canva